quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

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Torne-se um seguidor deste blog, ajude-nos nessa luta por uma sociedade mais consciente dos prejuízos das drogas ilegais.


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E Feliz natal e próspero Ano Novo.


O Editor.

Links para o mundo da Prevenção

Para encerrar o ano vou postar aqui links que possibilitem uma pesquisa avançada na área da prevenção à drogadição. Comecemos pelos links em Português, depois vamos aos internacionais. Aos poucos vamos adicionando mais links e atualizando as informações.

Links Super interessantes:


http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/index.php

http://www.imesc.sp.gov.br/infodrogas/download.htm

http://www.abrafam.org.br/

http://www.abead.com.br/

http://www.unodc.org/brazil/index.html

http://www.senad.gov.br/rede_de_pesquisa/rede_de_pesquisa.html

http://www.senad.gov.br/

http://psicoativas.ufcspa.edu.br/vivavoz/

http://drugabuse.gov/nidahome.html

http://www.whitehousedrugpolicy.gov/prevent/index.html

Cursos e Palestras

Somos, acima de tudo, pesquisadores e ativistas, mas também atuamos na área da educação.

Ministramos palestras de prevenção do uso de drogas e da dependência química para públicos diversos. Atuamos em escolas particulares, universidades, faculdades, instituições públicas e privadas.

Ministramos um curso de capacitação de multiplicadores para a prevenção do uso de drogas. Curso voltado a profissionais atuantes como professores, psicólogos, pedagogos, agentes de saúde, assistentes sociais, lideranças políticas e comunitárias.

O curso tem a duração de 20 horas/aula e as turmas podem ter até 35 alunos. É fornecido certificado de conclusão do curso e um CD-ROM com recursos para pesquisas e continuidade do aprendizado.

Atendemos todo o Brasil.

Contatos:
richardsonluz@gmail.com
(51) 8421-1760
(51) 3207-7607

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Para quem pensa que Crack é droga de pobre

Segundo a revista Veja (12/11/2010) "Crack avança na classe média e entra na agenda política"

O crack há muito tempo não é privilégio somente de moradores de rua ou de meninos e meninas em situação de risco. A classe média descobriu a droga e já faz uso contínuo, vide o advogado do jogador Bruno.

Veja matéria completa: em http://veja.abril.com.br/noticia/saude/crack-avanca-na-classe-media-e-entra-na-agenda-politica

Drogas e Criminalidade

A cada dia que passa as pessoas atribuem a atual criminalidade às drogas, no entanto não podemos relacionar os dois fenômenos de forma tão direta assim. Realizando uma pesquisa sociológica sobre o assunto cheguei à conclusão que a relação em si entre drogas e criminalidade não é simples de ser definida. Em meus estudos, que focam nas trajetórias criminais em indivíduos usuários de drogas, aparecem tanto usuários quanto pessoas não usuárias de drogas e que desenvolvem trajetórias criminais. No estudo procurei relacionar o uso da droga com o desenvolvimento de uma trajetória criminal com delitos cada vez mais graves.

Não se pode negar, por exemplo, que um usuário de crack ou de cocaína pode utilizar-se de expedientes violentos ou cometer crimes como furto, ameaça e outros fatos, mas nem sempre isso sinaliza uma trajetória criminal grave ou de sentido ascendente.

Fato é que, cientificamente falando, não é verdadeiro afirmar que "essa criminalidade toda é por causa da droga" (sic).

Com toda essa incerteza eu aposto ainda na prevenção como melhor modo de diminuir a incidência de casos de dependência química e de criminalidade no nosso Brasil.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Remédios contra a dependência química

Atualmente os únicos remédios contra a dependência química aplicados pelos governos é a compra de leitos em hospitais e clínicas, para dependentes químicos, principalmente os de crack. Será um remédio suficientemente eficiente para os próximos 20 anos?

Será que não está na hora das autoridades sentarem-se à mesa de reuniões? De traçarem um plano de prevenção do uso de drogas e da dependência química para esta nova geração que está iniciando a vida escolar já em 2011?

Será que vamos sempre estar correndo atrás do prejuizo e nunca nos anteciparmos aos problemas que nunca se erradicarão da nossa sociedade?

Pode-se fazer a campanha que fizer, mas se não veicularmos campanhas consistentes, construidas com a ajuda de especialistas da área, jamais vamos diminuir o número de jovens dependentes químicos no Brasil.


Prevenção se faz com educação e educação se pensa a longo prazo, longo prazo, viram autoridades? Longo prazo.


Que tal um plano para 10 ou 20 anos de como vamos modificar a percepção dos jovens a respeito das drogas lícitas e ilícitas?

Como vamos mostrar a eles a destruição que determinadas substâncias provocam no cérebro e em outras partes do organismo?

Como vamos mostrar aos jovens, nos próximos 10 ou 20 anos, que o álcool é uma droga perigosa, que a maconha causa prejuizos cognitivos etc? 

Quando vamos parar de minimizar a prática do abuso de drogas, usadas para "ajudar" na diversão. De dizer à sociedade por meio de novelas e da educação ao estilo "pode tudo";  - "de vez em quando usar uma droga não faz mal, tomar uns porres faz parte da vida de todo adolescente etc"?

São mentiras que todos os dias vimos e ouvimos nos meios de comunicação, claro sempre de forma muito cuidadosa, subreptícia.


A chave da prevenção é cuidar das gerações que ainda estão por vir. Iniciar as campanhas na mais tenra idade lá no Ensino Fundamental, com questões ligadas à saúde e qualidade de vida. 

Se não fizermos prevenção, daqui 20 anos ainda estaremos assistindo na TV campanhas como Crack Nem Pensar, Maconha Nem Pensar, Cachaça Nem Pensar etc.


Prevenção. Prevenção é a chave de tudo. Países desenvolvidos têm investido muito em prevenção e o resultado é que de cada R$1,00 investido em prevenção, economiza-se R$3,00 no sistema de justiça criminal.

Quanto será que se economizaria no sistema de saúde? Vamos tentar isso, Brasil? A Copa acabou, mas a vida continua.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Treinamento de servidores da FPE-RS

No mês de junho aconteceu um treinamento de servidores da Fundação de Proteção Especial - FPE. No mês de julho aconterá outro e nos meses seguintes também. Este treinamento tem como objetivo capacitar os servidores da instituição a fazer a prevenção do uso de drogas e da dependência química entre o seu público alvo (crianças de zero a 17 anos). O conteúdo do curso privilegia conhecimentos básicos sobre as principais substâncias psicoativas, tipos de usuários de drogas, políticas públicas sobre drogas no mundo, como fazer prevenção e como fazer projetos de prevenção do uso de drogas.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Investimentos no combate ao Crack. Antes tarde do que nunca.

Notícia sobre plano de investimenos do Governo Federal para combate ao crack. Iniciatíva louvável. O plano inclui a prevenção e treinamento de profissionais. Acho que já estava mais do que na hora de se fazer algo efetivo. Prevenção no meu entender deve começar na família, que é o local onde as informações são parcas e onde muitas vezes os próprios pais estão com problemas de dependência química entre outros problemas. Só não concordo que seja uma droga "para pobres", pois muitas pessoas de classe "A" estão caindo nessa armadilha. É necessário estudar melhor os motivos por que as pessoas estão iniciando o uso de drogas. Vou arriscar a dar uma pista. Autoridades, prestem atenção ao fenômeno das bebidas alcoólicas entre a população jovem (não interessando a classe a que pertençam). O álcool já foi detectado nas principais populações como a verdadeira porta de entrada para drogas mais prejudiciais.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

10 Razões para NÃO legalizar as drogas - Respostas ao Sr. Grieve

06 – maio - 2009

1 - ENCARAR O VERDADEIRO PROBLEMA DA FALTA DE INFORMAÇÃO
As políticas públicas sobre drogas têm se utilizado não só da proibição como uma forma de contenção do avanço do tráfico e do uso de drogas, mas também da prevenção, que visa diminuir a demanda de drogas ilícitas, afetando diretamente a oferta de substâncias proibidas. “A maior parte do uso ilegal e do uso legal de drogas é recreacional”, mas tem grandes chances de se tornar em uso compulsivo. As drogas não escolhem as pessoas pelo seu poder aquisitivo, nem pelo nível cultural. A única maneira de afetar diretamente as causas fundamentais do uso de drogas é pela educação e prevenção. Qualquer nível de uso de drogas lícitas e ilícitas pode levar à dependência.
2 – DIMINUIR PODER FINANCEIRO DO MERCADO INTERNACIONAL DO TRÁFICO
O mercado de drogas é comandado pela demanda e milhões de pessoas demandam drogas atualmente ilegais. Se a produção, suprimento e uso de algumas drogas forem descriminalizados, o suposto vazio que é preenchido pelo crime organizado sofrerá uma migração para o contrabando, ou seja, a atuação criminosa não deixará de existir. Os lucros neste mercado são de bilhões de dólares. A legalização não tem o poder de forçar o crime organizado a sair do comércio de drogas, sua renda continuará com o contrabando e a regulação e controle do mercado não resolverão o problema do comércio ilegal e não passarão de uma grande falácia. Como exemplo claro disto temos a venda ilegal de maconha na Holanda, que apesar dos “coffee shops”, não parou. O mercado internacional de drogas pode ser enfraquecido se menos pessoas consumirem drogas, isso só será alcançado através da prevenção.
3 - REDUÇÃO DRÁSTICA DO CRIME PELA REDUÇÃO DA DEMANDA
O preço de drogas ilegais é determinado por um mercado de alta demanda e não regulado. Usar drogas ilegais é muito caro. Isto significa que alguns usuários dependentes recorrem ao roubo para conseguir dinheiro (corresponde a 50% do crime contra a propriedade na Inglaterra e é estimado em 5 bilhões de dólares por ano). A maioria da violência associada com o negócio ilegal da droga é causada por sua ilegalidade, no entanto, a legalização não permitiria regular o mercado nem determinar um preço muito mais baixo, os usuários continuariam necessitando de dinheiro para consumir drogas e o sistema judiciário não seria aliviado e o número de pessoas em prisões por tráfico seria reduzido drasticamente, mas o contrabando continuaria. Por causa do preço baixo, os fumantes de cigarro não têm que roubar para manter seu hábito, no entanto não se compara a síndrome de abstinência do cigarro com uma droga como o Crack, por exemplo. Além do mais há a violência associada com o mercado de tabaco legal, crimes como o contrabando, o descaminho e o roubo a veículos que transportam cigarros.
4 - USUÁRIOS DE DROGA ESTÃO AUMENTANDO
No Brasil o consumo de drogas, especialmente o crack está crescendo de forma espantosa em qualquer classe social. O uso de ecstasy também. Entre alguns jovens, o uso ilegal da droga é visto como normal. Intensificar a guerra contra as drogas somente pela repressão não está reduzindo a demanda, são necessários mais investimentos na prevenção dos males causados pelo uso das drogas hoje ilegais. A legalização aceita que o uso da droga é normal e que é uma questão social e não uma questão de justiça criminal, no entanto o uso de drogas é normal apenas para algumas pessoas e é preciso vê-la como um problema de saúde pública com todas as suas conseqüências. Cabe a nós decidirmos como vamos lidar com isto. O problema do uso de drogas evoluiu muito. Se condenações judiciais não são a solução, os cuidados médicos e a prevenção ainda são o melhor caminho.
5 - POSSIBILITAR O ACESSO À INFORMAÇÃO VERDADEIRA E À RIQUEZA DA EDUCAÇÃO
“Um mundo de desinformação sobre drogas e uso de drogas é engendrado pelos ignorantes e preconceituosos burocratas da política e por alguns meios de comunicação que vendem mitos e mentiras para benefício próprio. Isto cria muito dos riscos e dos perigos associados com o uso de drogas”. O único modo de disseminar informação aberta, honesta e verdadeira aos usuários e aos não-usuários para ajudar-lhes a tomar decisões de usar ou não usar, é através de campanhas fortes e contínuas em todos os meios de comunicação possíveis e com ampla fiscalização do Ministério da Saúde e da Secretaria Nacional de Políticas Públicas Sobre Drogas - SENAD. Pesquisas neste campo merecem ampla divulgação, principalmente dos efeitos maléficos dessas drogas no organismo humano.
6 - TORNAR A INFORMAÇÃO E RECURSOS DE SAÚDE MAIS ACESSÍVEL PARA TODOS
”A proibição conduziu à estigmatização e marginalização dos usuários de drogas. Os países que adotam políticas ultra-proibicionistas têm taxas muito elevadas de infecção por HIV entre usuários de drogas injetáveis. As políticas de redução de danos estão em oposição direta às leis de proibição”. Nesse sentido torna-se mais evidente a necessidade de informação “aberta, honesta e verdadeira”. A prevenção, num contexto de proibição, ainda é o melhor caminho em relação à legalização. Há também uma necessidade explícita de uma maior acessibilidade dos dependentes aos serviços de saúde pública e às redes voltadas à atenção psicosocial.
7 - RESTAURAR NOSSOS DIREITOS E RESPONSABILIDADES
Não há como fazer uso responsável de qualquer droga ilícita, não por ela ser ilícita e sim por que ela diminui a capacidade de raciocínio crítico e afeta diretamente as funções psicológicas dos usuários. Os direitos civis não devem vislumbrar uma liberalidade excessiva que a maioria das pessoas não possuam capacidade de controlar. Liberdade em excesso dá margem a abusos com conseqüências às vezes irreparáveis. As normas sociais possuem a tarefa de regulamentar as relações sociais. O direito de um cidadão termina onde começa o do outro. A responsabilidade só é possível com as pessoas gozando de boa saúde mental, boa educação e acesso amplo a direitos civis engendrados na cultura do povo.
8 - RAÇA E DROGAS: O PRECONCEITO É QUEM MATA
Assim como a droga não escolhe classe social, também não escolhe raça. A legalização das drogas jamais acabaria de forma mágica com o preconceito arraigado nas sociedades. Se nas prisões do Brasil há mais pessoas afro-descendentes, é devido à forte inclinação preconceituosa da sociedade, também um pouco por que esta etnia é mais representativa do que o resto no Brasil e por que alguns, não tendo acesso à educação, saúde e emprego tem menores oportunidades sociais, o que, em alguns casos, pode levar ao uso de drogas, à dependência e à criminalidade.
9 - IMPLICAÇÕES GLOBAIS DA LEGALIZAÇÃO e RECRUDESCIMENTO DA PREVENÇÃO.
“O mercado de drogas ilegais representa cerca de 8% de todo o comércio mundial (em torno de 600 bilhões de dólares ano). Países inteiros são comandados sob a influência, que corrompe, dos cartéis das drogas”. A legalização não faria com que estes cartéis desistissem do seu rentável negócio, ou mesmo dissuadisse os pequenos traficantes a mudar de ramo, dizemos isso baseados na experiência da Holanda, em que pequenos “drug dealers” fazem seu comercio nas portas dos fundos da “coffee Shops”. A migração para o contrabando seria um caminho natural desses grupos criminosos e pequenos traficantes. Os impostos seriam escoados nas atividades ilegais e, portanto, a legalização não geraria impostos suficientes para ações que visassem a prevenção e, não diminuiria o alto nível de corrupção que há no Brasil. As nações estrangeiras ainda seriam reféns da produção de drogas dessas “nações produtoras”, uma vez que elas ainda seriam as principais fornecedoras.
10 - A PROIBIÇÃO NÃO FUNCIONA, NEM A LEGALIZAÇÃO.
Se a proibição não funciona, a legalização significa ir ao outro extremo do dilema sem resultados comprovados. A prevenção ao uso de drogas, baseada na educação, na informação direta, objetiva e sincera, ainda situa-se num plano de soluções viável e plenamente possível. A inserção de uma disciplina referente às informações sobre as principais substâncias ilícitas, desde o Ensino Fundamental é um passo lógico, antecedido é claro, pela capacitação de professores de Química, Biologia, Português, Sociologia, entre outras disciplinas para tratar do assunto em sala de aula e sem especulações, com dados científicos e realistas sobre as conseqüências do uso de substâncias proibidas. Quem desejar utilizar drogas ilícitas terá que estar bem alerta sobre todos os riscos (à saúde e judiciais) que decorrem deste ato.

Texto original do Mestre em Sociologia Richardson Luz,
Inspetor de Polícia,
Rio Grande do Sul,
Brasil, 2009.

Ir para o texto de John Grieve

10 Razões para legalizar as drogas - Por John Grieve

(capturado em: http://inforfree.wordpress.com/2007/10/23/10-razoes-para-legalizar-as-drogas/#comment-34 )

(23 - Outubro - 2007)

1 - ENCARAR O VERDADEIRO PROBLEMA. Os burocratas que constroem as políticas sobre drogas têm usado a proibição como uma cortina de fumaça para evitar encarar os fatores sociais e econômicos que levam as pessoas a usar drogas. A maior parte do uso ilegal e do uso legal de drogas é recreacional. A pobreza e o desespero estão na raiz da maioria do uso problemático da droga, e somente dirigindo-se a estas causas fundamentais é que poderemos esperar diminuir significativamente o número de usuários problemáticos.
2 - ELIMINAR O MERCADO DO TRÁFICO. O mercado de drogas é comandado pela demanda e milhões de pessoas demandam drogas atualmente ilegais. Se a produção, suprimento e uso de algumas drogas são criminalizados, cria-se um vazio que é preenchido pelo crime organizado. Os lucros neste mercado são de bilhões de dólares. A legalização força o crime organizado a sair do comércio de drogas, acaba com sua renda e permite-nos regular e controlar o mercado (isto é prescrever, licenciar, controle de venda a menores, regulação de propaganda, etc..).
3 - REDUÇÃO DRÁSTICA DO CRIME. O preço de drogas ilegais é determinado por um mercado de alta demanda e não regulado. Usar drogas ilegais é muito caro. Isto significa que alguns usuários dependentes recorrem ao roubo para conseguir dinheiro (corresponde a 50% do crime contra a propriedade na Inglaterra e é estimado em 5 bilhões de dólares por ano). A maioria da violência associada com o negócio ilegal da droga é causada por sua ilegalidade. A legalização permitiria regular o mercado e determinar um preço muito mais baixo acabando com a necessidade dos usuários de roubar para conseguir dinheiro. Nosso sistema judiciário seria aliviado e o número de pessoas em prisões seria reduzido drasticamente, economizando-se bilhões de dólares. Por causa do preço baixo, os fumantes de cigarro não têm que roubar para manter seu hábito. Não há também violência associada com o mercado de tabaco legal.
4 - USUÁRIOS DE DROGAS ESTÃO AUMENTANDO. As pesquisas na Inglaterra mostram que quase a metade de todos os adolescentes entre 15 e 16 anos já usou uma droga ilegal. Cerca de 1,5 milhão de pessoas usa ecstasy todo fim de semana. Entre os jovens, o uso ilegal da droga é visto como normal. Intensificar a guerra contra as drogas não está reduzindo a demanda. Na Holanda, onde as leis do uso da maconha são muito menos repressivas, o seu uso entre os jovens é o mais baixo da Europa. A legalização aceita que o uso da droga é normal e que é uma questão social e não uma questão de justiça criminal. Cabe a nós decidirmos como vamos lidar com isto. Em 1970, na Inglaterra, havia 9.000 condenações ou advertências por uso de droga e 15% de novas pessoas tinham usado uma droga ilegal. Em 1995 os números eram de 94.000 e 45%. A proibição não funciona.
5 - POSSIBILITAR O ACESSO A INFORMAÇÃO VERDADEIRA E A RIQUEZA DA EDUCAÇÃO. Um mundo de desinformação sobre drogas e uso de drogas é engendrado pelos ignorantes e preconceituosos burocratas da política e por alguns meios de comunicação que vendem mitos e mentiras para benefício próprio. Isto cria muito dos riscos e dos perigos associados com o uso de drogas. A legalização ajudaria a disseminar informação aberta, honesta e verdadeira aos usuários e aos não-usuários para ajudar-lhes a tomar decisões de usar ou não usar e de como usar. Poderíamos começar a pesquisar novamente as drogas atualmente ilícitas e descobrir todos seus usos e efeitos - positivos e negativos.
6 - TORNAR O USO MAIS SEGURO PARA O USUÁRIO. A proibição conduziu à estigmatização e marginalização dos usuários de drogas. Os países que adotam políticas ultra-proibicionistas têm taxas muito elevadas de infecção por HIV entre usuários de drogas injetáveis. As taxas de hepatite C entre os usuários no Reino Unido estão aumentando substancialmente. No Reino Unido, nos anos 80, agulhas limpas para usuários e instrução sobre sexo seguro para jovens foram disponibilizados em resposta ao medo do HIV. As políticas de redução de danos estão em oposição direta às leis de proibição.
7 - RESTAURAR NOSSOS DIREITOS E RESPONSABILIDADES. A proibição criminaliza desnecessariamente milhões de pessoas que, não fosse isso, seriam pessoas normalmente obedientes às leis. A proibição tira das mãos dos que constroem as políticas públicas a responsabilidade da distribuição de drogas que circulam no mercado paralelo e transfere este poder na maioria das vezes para traficantes violentos. A legalização restauraria o direito de se usar drogas responsavelmente e permitiria o controle e regulação para proteger os mais vulneráveis.
8 - RAÇA E DROGAS. As pessoas da raça negra correm dez vezes mais risco de serem presas por uso de drogas que as pessoas brancas. As prisões por uso de droga são notoriamente discriminatórias do ponto de vista social, alvejando facilmente um grupo étnico particular. A proibição promoveu este estereótipo das pessoas negras. A legalização remove um conjunto inteiro de leis que são usadas desproporcionalmente no contato de pessoas negras com o sistema criminal da justiça. Ajudaria a reverter o número desproporcional de pessoas negras condenadas por uso de droga nas prisões.
9 - IMPLICAÇÕES GLOBAIS. O mercado de drogas ilegais representa cerca de 8% de todo o comércio mundial (em torno de 600 bilhões de dólares ano). Países inteiros são comandados sob a influência, que corrompe, dos cartéis das drogas. A proibição permite também que os países desenvolvidos mantenham um amplo poder político sobre as nações que são produtoras com o patrocínio de programas de controle das drogas. A legalização devolveria o dinheiro perdido para a economia formal, gerando impostos, e diminuiria o alto nível de corrupção. Removeria também uma ferramenta de interferência política das nações estrangeiras sobre as nações produtoras.
10 - A PROIBIÇÃO NÃO FUNCIONA. Não existe nenhuma evidência para mostrar que a proibição esteja resolvendo o problema. A pergunta que devemos nos fazer é: Quais são os benefícios de criminalizar qualquer droga? Se após analisarmos todas as evidências disponíveis concluirmos que os males superam os benefícios, então temos de procurar uma política alternativa. A legalização não é a cura para tudo, mas nos permite encarar os problemas criados com o uso da droga e os problemas criados pela proibição. É chegada a hora de uma política pragmática e eficaz sobre drogas.

Texto original de:Comandante John Grieve
Unidade de Inteligência Criminal,
Scotland Yard,
Channel 4 1997.
(traduzido por Luis Verza)

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Se eu provar só uma vez vai me fazer tão mal assim?

As drogas agem no Sistema Nervoso Central (SNC) ou seja, no cérebro. Quando utilizamos qualquer substância, do tabaco à heroína, expomos nosso SNC às alterações que o princípio ativo provoca nos neurônios (Células cerebrais responsáveis pela transmissão de informações e impulsos elétricos). Nesse sentido utilizar qualquer droga apenas uma vez já causa algum efeito, que pode ser uma sensação boa (o que geralmente ocorre) ou ruim. O problema é que não há como prever como nosso organismo vai reagir ao estímulo que a substância escolhida provocou em nosso SNC. Se a experiência for ruim, nossa tendência é rejeitar uma repetição, caso a experiência nos deu "aquela viagem", se o que sentimos foi bom é por que atingiu o centro de recompensa de nosso SNC, nesse caso os neurônios vão pedir a repetição da experiência, o que pode desencadear, com o passar do tempo a dependência química e o consequente descontrole na vontade (compulsão) de usar. É complicado, mas não há uma forma segura de usarmos uma droga só para ver o que é que dá. É uma experiência com resultados totalmente imprevisíveis. Alguém pegaria um avião (mesmo que de graça) sem um destino certo e hora para chegar? Sempre que alguém lhe oferecer qualquer oportunidade de usar alguma substância "para comemorar" aquele momento inesquecível, tome cuidado, uma escolha errada geralmente tem consequências que não queremos suportar. Diga veementemente NÃO, OBRIGADO. se houver insistência, mude de assunto, mas mantenha o NÃO, OBRIGADO.